A fibromialgia é uma síndrome em que a pessoa sente dores por todo o corpo durante longos períodos. Essa síndrome representa um desafio para os pacientes e para os profissionais de saúde, não apenas no seu diagnostico, mas também na sua compreensão e tratamento. Não apresenta uma ameaça a vida, mas causa prejuízos funcionais profundos, reduzindo a qualidade de vida das pessoas que convivem com a doença.
Por conter características que também aparecem em outras doenças, apresenta um diagnostico complicado, podendo surgir como resultado da ação de diversos fatores sejam eles tóxicos, neurológicos, bioquímicos ou de natureza infecciosa. Seus sintomas são típicos, porém variam em intensidade, de acordo com alguns fatores moduladores, principalmente, alterações climáticas, grau de atividade física, estresse emocional e sobrecarga de trabalho.
A fibromialgia é definida como uma síndrome crônica, caracterizada por episódios de exacerbação e remissão de dores musculares difusas, mas que não provocam qualquer tipo de deformação anatômica. Também apresentam, no seu quadro clínico, alguns pontos dolorosos nos músculos afetados, conhecidos como “tender points”. Além disso, para ser feito o diagnóstico, a pessoa deve relatar uma história de dor generalizada por, pelo menos, três meses. Alguns outros sintomas podem estar associados à doença.
A dor e fadiga crônica são relatados pelo pacientes, isso acontece pela alteração de algumas substancias relacionadas à transmissão e leitura dessas informações pelo cérebro, portanto o processo de reações celulares apresentariam informações inexatas, até mesmo se informações de desconforto fossem transmitidas, estas seriam aumentadas e o paciente sentiria o dobro de incômodo. E a fadiga crônica é um dos principais sintomas referidos pelos portadores desta síndrome. Distúrbios do sono também podem ser observados, pois o sono destas pessoas tende a ser superficial e interrompido, reduzindo a qualidade, fazendo com que a pessoa já acorde cansada, o que também aumenta a fadiga, a dor e o desconforto muscular.
Muitos fibromiálgicos também apresentam quadros depressivos, caracterizado pela presença de humor deprimido a maior parte do dia, o que pode estar associado a alterações de apetite, baixa auto-estima, insônia ou hipersonia, dificuldade de concentração e para tomar decisões e um sentimento de desesperança. A cefaléia do tipo tensional também acompanha, muitas vezes, as manifestações musculoesqueléticas, que pode tornar-se crônica devido a sensibilização das vias responsáveis pela transmissão de informações dolorosas.
Para ajudar o paciente a lidar com todos esses sintomas, podemos contar com medicamentos, mas devemos nos atentar, principalmente, ao tratamento não medicamentoso, sendo necessário um trabalho multidisciplinar para obter um resultado satisfatório. A prática de alguma atividade física é a parte principal no tratamento, desde que aplicados de forma adequada, considerando o grau de lesão do paciente, o acometimento anatômico e a evolução da doença. Portanto, os exercícios devem ser orientados por profissionais capacitados, de forma individualizada, considerando as queixas e as limitações de cada um.
Os portadores da síndrome, frequentemente, sentem um aumento da dor após o esforço, pela combinação de tensão muscular e baixa condição aeróbica global. Os objetivos da prática regular de exercícios físicos é justamente superar os efeitos da falta de condicionamento, reduzir o medo da prática de exercícios, diminuir os danos físicos causados pela doença e potencializar a recuperação das funções. Fazendo com que o paciente aceite sua responsabilidade na melhora de sua capacidade funcional, tornando-o responsável pelo auto-gerenciamento de sua saúde, introduzindo a atividade física de forma segura e gradativa.
Os benefícios que a prática regular de atividades físicas para os portadores desta síndrome são essenciais para a manutenção da sua qualidade de vida, pois atuam diretamente atenuando os sintomas, evitando contrações dolorosas dos grupos musculares, melhorando a força muscular, a disposição e auto-estima. Além disso, melhora a coordenação motora para as atividades de vida diária, melhora a postura, auxilia no controle de peso e da ansiedade, melhora as condições cardiovasculares e a disposição destes.
A ideia de que qualquer atividade física trabalha com o princípio de sobrecarga para produzir benefícios pode assustar um pouco estes pacientes, afinal a dor muscular já é intensa e incapacitante, porém, quando falamos de exercícios para fibromiálgicos, o objetivo é condicionar o paciente para que ele atinja uma “escala normal” para manter suas atividades, evitando que as dores crônicas o tornem incapaz de desenvolver funções. Fazendo com que seja essencial manter um programa regular de exercícios por, pelo menos, três vezes na semana, mesmo nos dias que as dores estiverem mais fortes, trabalhando também a postura corporal para minimizar a tensão sobre os músculos e articulações.
O tipo de atividade, a intensidade e a duração são pontos importantes, cada indivíduo se adapta a uma atividade e a uma determinada intensidade, mas o importante é fazer algo. A atividade física não é só um meio de alívio de dor, contribui também para a restauração das funções fisiológicas do organismo, promovendo bem-estar e a qualidade de vida.